terça-feira, 13 de novembro de 2012

Interminavelmente acabando




O ponto chegou.

Ela nunca achou que chegaria a esse ponto. Aquele seria o homem da vida dela , e ela, sua companheira que o tirou da escuridão do trauma.

Mas ela acordou, e de alguma forma, o felizes para sempre estava quebrado para ele.

A confiança perfeita só vinha de uma pessoa. Cada suspiro era dúvida.

Como?

O homem da sua vida não queria saber de nada, queria ter 18 anos novamente e ser uma criança livre.

O homem da sua vida não se importava tanto com o nós.

O homem da sua vida não a colocava na vida dele. 

Ela não era a mulher da vida dele.


O chão caiu fisicamente, e os olhos nem conseguiam desabar. Era uma dor física tão grande, que achou que passava mal. E isso repetia-se, a cada discussão sobre o interminável fim... parecia que não dava para aguentar, mas mais uma vez acontecia, e ela continuava viva.
O vazio tomou seu cérebro e corpo. Sentia um vazio físico no peito, como se tivessem lhe extraído o pulmão, a caixa torácica.
Seu rosto perdeu cor, seu mundo perdeu cor. Como iria trabalhar sem a cor? Como iria viver sem a cor?
Seus sonos não eram mais sonos, eram noites curtas e perturbadas por todas as preocupações do mundo pscanaliticamente perturbadas, estourando o silêncio da noite com choros compulsivos.
O que agora fazia sentido? O amor era ruim? Torto? Mentiroso?

Ao tentar respirar fundo, o chão volta. Suas tonturas passam com o tempo, viram calafrios e depois, somente lembranças. O amor não passa. Mas para de ser dor, para voltar a ser cuidado, amizade, ainda bem.
Seu pulmão é devolvido depois que todas as lágrimas foram expelidas.
Antigos amigos colorem o dia, saindo cores de seus peitos cheios de esperança sobre a vida dela. Ela ainda vive!
Aos poucos, quem sabe, o sono se torne a calmaria de uma criança....

Ela ainda não queria outro alguém para ser o homem da vida. Ainda queria ele.... Mas o grande medo era esse. 

Perceber que acreditou na mentira do homem da vida dela. Que na verdade, outra pessoa a faça mais feliz.


A confusão ambulante perambula pensativa, em direção ao seu novo médico: Dr. Tempo.


créditos da tira: Willtirando

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O vazio com nome

Sinto há um tempo algo incômodo no peito. Não sabia o que era. Não sei se ainda não sei. Algo que me faz sempre em momentos aleatórios, virar de uma feição alegre, para um rosto com dor. Um rosto ressentido. Fazendo as pessoas (e até animais), tentarem entender o porquê da mudança, me questionarem (nesse caso, exceto os animais). E só cresceu essa imensidão vazia, ao ter que constatar: EU NÃO SEI! NÃO SEI PORQUE ESTOU ASSIM!

Sessões da 'psicanálise de cada semana' foram gastas com isso, implicitamente.
Dias inteiros foram deixados na cama.
Lágrimas incessantes escorreram.
Brigas e mais brigas com o amor que considero da minha vida, foram travadas.
Palavras proferidas.
Pensamentos de fim tomaram conta de nós.
Se foram.
E essa coisa, essa falta de coisa, continuava aqui. Continua aqui. me perturbando por não existir. E na verdade existe. Só é tida como nada pelo simples fato de não ser entendida.

Não sei se a entendo agora, mas esse é meu primeiro palpite:

É o amor. 

Pois é, o amor.

Eu sempre fui uma menina que se apaixonava fácil. Era viciada nessa paixão constante, nos altos e baixos que ela me trazia, em conhecer alguém, gostar muito, ele se for, o sofrimento vir, eu lutar, vencê-lo e conhecer outro alguém fechando o ciclo.

Mas agora me deparo com o amor de verdade. Aquele que te faz ter certeza de que aquela pessoa, é aquela que por você irá passar o resto dos seus dias do seu lado. Irá dividir as tristezas e alegrias de uma vida toda com você, e a mesma que estará presente nos seus melhores e piores momentos.

Tudo aquilo que dizem de bonito do amor, a meu ver, se chama paixão. E nenhum amor tem paixão eterna ao lado. Se a paixão fosse eterna, para que o amor? Pra que trocar algo por aquele calor do primeiro beijo, o sorriso só de uma mensagem, o choro de felicidade só de ouvir uma música...pra sempre? Ter isso pra sempre já seria perfeito não? O amor não seria tão desejado assim...

Mas a paixão acaba. Um bom amor, sempre terá faíscas de paixão. Admito. Mas não será movido a esses momentos. O amor é algo maior.... mais profundo, tanto que poucos conseguem descrever.

Amor é ótimo. É sentir que aquela pessoa, é o escolhido. Sinto isso. Sinto que o homem que hoje está do meu lado, poderia continuar assim até ficarmos velhinhos. Quero que ele seja o cara que me verá ter minha maiores conquistas, e me acolherá nas minhas maiores derrotas. Que será um pai exemplar para os meus filhos. Que irá ter crises comigo, na nossa vida, e conseguirá me dar a mão e passar por elas. Sinto isso porque tudo isso, ele já se mostrou apto a conseguir fazer. Por isso o amor é tão difícil. Para acontecer, é preciso que a outra pessoa preencha todas as suas expectativas de vida. O homem que hoje tem meu coração em suas mãos, em boas mãos, é meu príncipe e muito mais. O amor que sinto não cabe em mim.

Porém, como disse para um amigo, amar é como ter ganhado na Mega-sena. Você usufrui um pedaço da grana e o resto aplica numa poupança para seguir a vida com dinheiro tranquilo. Algo como isso. O  dinheiro gasto no começo desenfreadamente, é a paixão que antecederá esse amor. Os frutos dessa paixão, assim como um belo carro e casa comprados, lhe acompanharão por muito tempo. E o dinheiro que todo mês você terá garantido, te fazendo ter uma boa vida(porém sem os excessos e extravagâncias do começo) é o amor. Os frutos da paixão foram os que tornaram a paixão num amor. E o amor, não tem mais a paixão queimando, te fazendo pirar com um simples sorriso. Mas te faz viver bem e plenamente o resto da vida. Te preenche, em doses homeopáticas, o calor que se chama força para viver.

E acho que o meu problema seria esse. A menina que sempre foi viciada na serotonina de se apaixonar, se depara com o impasse de saber que está com a pessoa certa, que gostaria de estar o resto da vida do lado, que nem se quisesse, conseguiria ficar longe...mas não consegue sentir os frios na barriga do começo...porque simplesmente não é mais o começo, e isso é óbvio.


Meu racional grita:
Quer frios na barriga? Comida estragada te dá isso...




Aqui, uma música que meu amigo passou, e me inspirou durante todo esse texto: