quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Como ser uma mulher atraente no século XXI

"É, é isso mesmo!

Vamos nos vestir estupidamente, vamos alisar nossos cabelos em aparelhos quentíssimos e vamos colocar enchimentos de espuma em nossos sutiãs!

Porque o que manda agora é parecer um espantalho com peitos artificiais.

Vamos jogar nosso estimado cabelo, endurecer o bumbum e andar empinadas, como galos de briga.

Vamos comer o que tivermos vontade para depois o forçarmos a voltar.Ou vamos inventar um novo vício e não comer nada. Não importa mais se seu interior é bonito. Ninguém o vê! Deixe sua casca bonita que as pessoas andarão aos seus pés.

Vamos suar que nem porcas em academias lotadas de hormônios, ao mesmo tempo que nos mostramos para nós mesmas no espelho, a imagem que desejamos.

Vamos rir sobre tudo que nos dizem, ele devem estar certos. Não entendemos nada e não precisamos. Finjamos que estamos descontraidamente bêbadas, para fazermos o que quisermos sem ter culpa.

Nossos corpos afinal, são nossos grandes troféus. Exibiremos-os em qualquer lugar que seja possível ou impossível. Conseguiremos as coisas por meio da sedução, então pra que estudo?

A última coisa que queremos ser é gorda, diferente, não importa se inteligente ou não. Então faremos de tudo contra isso. E contra elas, que perderam na vida.

Essa é a dinâmica."


Isso é a ideia de muita gente para a vida.

Não para a minha.

Nem um pouco para a minha.


Deixe-me longe dessas pessoas se possível.


domingo, 31 de outubro de 2010

Dor por vontade quase-própria.

Aquilo saiu, mas continua. Digo-me que não está mais dentro, mas às vezes ele sai nas lágrimas frias. Confirmo-me que não me atinge, mas se por acaso quiser, conseguirá me destruir. Sentimento tortuoso que torce as víceras, deturpa as lembranças e estagna a pessoa.

Saudade.

Um estado em que só o coração pensa. O cérebro parece não fazer sentido algum. Ele tenta, insistentemente lhe dizer que tudo continua e que foi assim porque era preciso.
Mas esse músculo ignóbil não aceita a condição de solidão.

Aos poucos se apagam as lembranças ruins. Fica só a ilusão que terminou.

É o paradoxo de sentir sem podê-lo.

Até a hora em que, cansados, pensamos. E vemos que nada disso faz sentido. O passado ficou para trás e não nos pertence voltar a ele. Nos cabe agora continuar a viver do nosso melhor jeito: sozinhos.

Simplesmente.
Sempre fizemos isso, por que não agora?

Para começar, um aparte.

Isso não é nada e isso pode ser tudo.

São apenas textos.
Apenas emoções que não necessariamente precisam ser sentidas para estarem escritas.

Como dizia Fernando Pessoa, um bom poeta é aquele que imagina o sentimento. Deixo o ato de sentir para quem lê.

Que os textos fluam, levemente, e encante ou prenda a atenção de algumas pessoas.